sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O IMPÉRIO DOS DEMÔNIOS

Como não alimentar apreensões, desgostos e o medo,

Se eu vejo o fantasma de Hitler pairando sobre a Europa,
Numa gradativa e estarrecedora matrerialização.
Amedrontado, avisto a ku-klux-klan em tantas almas do primeiro mundo
E, desalentado, noto a eterna vocação das nações latino-americanas
Para meras possessões.

Eu vejo o poder econômico formando quadrilhas gigantescas,
Onipresentes, monstruosas, implacáveis, pavorosas,
A massacrar a maioria, para quem a existência
É inglória, é derrota, sacrifício, é martírio, é penúria.

Homens de olhar altivo, de postura mussoliniana,
Condenando multidões ao infortúnio,
Do alto de seus elevados e malditos pedestais.

Gentes arrogantes e soberbas que odeiam, que desprezam outras gentes
Por questões de raça, de origem, de matiz ou descendência.
O menosprezo de opulentos, para quem não são os pobres
Mais que reles peças, animais de produção.

O que será de mim, vocês, de nós, dos meus, dos seus,
Dos nossos descendentes, de minha e nossa gente?
O que será, enfim, de tanta, tanta gente?
Eu me desolo pelo hoje e sinto medo do amanhã.
Por que tanta frieza, crueldade, indiferença?
Por que esse tamanho gosto pelo sangue?
O mundo, nos dias de hoje, como ontem e como sempre,
Vive o infernal  império dos demônios.

1995

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