sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

VERSEJAR

Eu quero versejar o amor que me afaga o peito.
Eu quero versejar o ódio em brasa que chamusca meu peito.
Eu quero fazer canto da dor a latejar
Aqui dentro do meu peito apertado
E do calafrio de tristeza que me encolhe e me contrai.
Mas quero também expressar a dilatação do meu coração diante da alegria;
Mas quero também fazer estrofes de deboche e de ironia.

Só não quero é silenciar meu verso.
O que eu quero é parar no meio do mundo
E, abrindo os braços, por todo motivo, bem alto cantar.

1998


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