sábado, 8 de novembro de 2014

POR QUE A MÍDIA É INDIGNA DE CREDIBILIDADE

Antes de tudo, é preciso entender o papel dos órgãos de imprensa (a mídia).  Criados em sua maioria por membros das classes dominantes,  os órgãos de comunicação se dão, além de informar, o papel de formar opinião no sentido de fazer a sociedade crer que os interesses das categorias ricas vão ao encontro das aspirações e do bem-estar da população como um todo.   Quando é difícl a persuasão, não têm sequer o pudor de evitar mentir.  Ou seja, se não conseguem sofismar, mentem ou omitem fatos de fundamental relevância para serem bem-sucedidos em seu intento.  Há também informativos criados por trabalhadores, trabalhando de forma antagônica,  mas que têm uma circulação tão diminuta, que nem cabe apreciá-los aqui neste contexto.
Analisada a atuação das instituições de comunicação, você perguntaria por que tantos jornalistas, se não donos dos veículos, se prestam a confundir ao invés de informar de forma isenta.  A resposta é fácil: se o jornal é de pequeno porte, fazem-no para manterem seus empregos.  Quando a mídia é imensa e poderosa, praticam-no porque têm contratos milionários com as emissoras e por isto de forma nenhuma pertencem às camadas não privilegiadas, como  a maioria  de nós, que vivemos de salários e somos muito dependentes de políticas salariais, tornando-nos muito frágeis e passíveis de estragos causados por medidas previdenciárias e relativas a remunerações.  Noutras palavras, imaginem os salários milionários de William Waac, William Bonner, Ricardo Boechat, Cristiana Lobo e entendam perfeitamente o que digo.
Pelos motivos apontados, você vê os âncoras na televisão defendendo achatamento de remunerações e prolongamento de tempo de labor (com fatores de redução remuneratória) para aposentadoria.  Há muito tempo professam reforma da previdência atrás de reforma da previdência, não se contentando com as tantas já feitas desde a eleição de Fernando Henrique Cardoso.  Pano de fundo da questão: o poder econômico é faminto de vantagens, viciado em lucros a cada dia maiores, não pensa senão em si próprio e, por ser composto por empresários e magnatas, beneficiário de políticas de baixa remuneração ao trabalho e de incentivos fiscais extremamente generosos e investimentos caridosos dos governos quando estes últimos conseguem economizar.  Aqui se entendem os porquês de o empresariado ser tão preocupado com as verbas públicas.
Querem (os empresários) - e conseguem - adequar o Brasil a eles, impondo políticas econômicas perversas que só fazem concentrar renda em suas mãos.  E para isto contam com os telejornais, os jornais de grande circulação e outros setores de mídia.
Pudemos perceber claramente  que a imprensa nutriu durante as eleições uma predileção especial pelo PSDB, não porque o PT tivesse ou tenha qualquer coisa de partido de trabalhador, mas porque é uma frente abagunçada de gente que, se não vê nada de mais em atos de corrupção de aliados e correligionários, imagine como é no trato com a administração pública.  Isto sem contar que vez por outra, por motivações meramente demagógicos, ousa desobedecer aos desíngnios do grande capital.  Petistas e os chamados tucanos, no aspecto social, são iguais vendendo imagens diferentes: a vitória de Dilma vai produzir os mesmos efeitos que produziria uma suposta vitória de Aécio.  Assim, se veículos de informações, porta-vozes dos empresários e banqueiros, queriam pessedebistas e vão ter de engolir os petistas,  já cuidaram de parar com as críticas e fazer as pazes com Dilma, a que agora dão sustentação e por outro lado pressionam no sentido de tomar medidas econômicas extremamente nocivas a quem vive do próprio salário ou pertence aos estratos sociais não ungidos.  Pressões que, longe de causar remorsos à mandatária, serão tomadas com ferocidade por esta, que comprimirá contra a parede o que chamam de base aliada mas que não passa de grupos que recebem benesses em troca de votos a favor de projetos governamentais, num toma-lá-dá-cá lamentável e que é altamente pernicioso à população do país.
Por falar em aliados, á ainda mais vergonhoso quando os famosos da imprensa vêm propugnar que é bom para a saúde do Brasil que o governo tenha uma vasta base aliada.  É uma mentira deslavada: o legislativo foi criado para conter os abusos do executivo, discutir e questionar-lhe os projetos e objetivos, não para endossar-lhe todos os atos incondicionalmente, pois do contrário não teria, como nos dias atuais, razões de exisitir.  É desalentador ver um Congresso que se deu a incumbência de tão somente obedecer a um governo com fortes inclinações ao despostismo.
Em síntese, o país tem uma estrutura de poder abolutamente desalentadora, alimentada por uma mídia pouquíssimo merecedora de credibilidade.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

COMENTÁRIOS ACERCA DO MEU ESTILO POÉTICO

Quando eu tinha uns 16 anos, ouvia na rádio uma modinha de cento e cinquenta anos (regravada, logicamente, e cujo autor infelizmente desconheço) que misturaava a 2ª  e 3ª pessoa do singular e tinha a seguinte letra:

Numa tarde linda,
eu me lembro ainda, 
no velho cais dourado:
sambando
eu via a moreninha,
batendo as tamanquinhas.
E eu, maravilhado
com seu requebrado,
quis sambar também.

Ó linda moreninha,
tu serás só minha,
tu serás meu bem.

A noite foi caindo,
lá no céu, surgindo, 
uma estrela brilhou.
A linda moreninha
foi-se requebrando 
e se retirou.

Maria,
Mariazinha,
Maria, satisfeito o seu desejo,
eu até lhe dou razão.  
Eu tenho meu amor a outras, 
mas não dou meu coração.
Meu coração eu não dou,
porque não posso arrancar.
Arrancando, sei que morro,
Morrendo, não posso amar. 


A simplicidade da linguagem e o cenário que a letra trazia me encantavam.  Ficava imaginando a moreninha,  em 1824, sambando no cais sob o céu estrelado.  Minha mente criava imagens com pessoas à volta, a algazarra,  a bebedeira, em tempos inteiramente diversos daqueles  em que eu vivia.   A canção me despertou o interesse para outras do mesmo estilo, com panoramas singelos e imagens poéticas simples e profundas.   Passei a gostar do lirismo com luar, estrelas, moça enamorada à luz da penumbra, varanda, jardim, casa desbotada,  juras de amor sussurradas,  violão tocando ao fundo.  E isto influenciou profundamente minha composição, e reconheço que meu lirismo sempre transitou dentro daquela mesmíssima atmosfera.  Por isto fiquei infinitamente chateado quando uma vez, numa comunidade do Orkut, fizeram uma crítica cruel ao meu trabalho de forma arrogante e com dizeres do gênero "renove seu estilo poético, porque seus versos mais parecem letras de músicas antigas, entretanto sem a poesias daquelas".   Fui extremanete malcriado na resposta, e o crítico e eu fizemos uma grande inimizade virtual a partir dali.  Embora tenha ele dito que eu estava sendo traído pela memória, a verdade é que sempre escrevi assim propositadamente, porque, como já disse, tais cenários sempre me comoveram.  
Voltando ao passado remoto, após MARIAZINHA, mais ou menos um ano depois, Geraldo Azevedo me despertou a atenção com CARAVANA

Corra
não pare, 
não pense
demais, 
repare essas velas no cais 
que a vida cigana. 

É caravana 
é pedra de gelo ao sol.
Degelou teus olhos tão sós
num mar de água clara.


Uma série de composições veio depois me encantar. Conheci LUAR DO SERTÃO, de Catulo da Paixão Cearense

Não há, ó gente, oh(!) não,
Luar como este do sertão...

Oh(!), que saudade do luar da minha terra,
Lá na serra branquejando
Folhas secas pelo chão.
Este luar cá da cidade, tão escuro,
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão

Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão,
E a gente pega na viola, que ponteia,
Ao cair da lua cheia
A nos nascer do coração

Se Deus me ouvisse
Com amor e caridade,
Me faria esta vontade,
O ideal do coração:
Era que a morte
A despcontar me surpreendesse
E eu morresse numa noite
De luar do meu sertão


Meu primeiro flerte fora, porém, ainda na infância com MENINA DA LADEIRA, de João Só
Menina que mora na ladeira
E desce a ladeira sem parar,
Debaixo do pé da laranjeira
Se senta pra poder descansar.

Silêncio profundo a menina dormiu
Alguém que esperava tão logo partiu, 
Partiu para sempre para o infinito,
Um grito ouviu

Chorando levanta a menina,
Correndo ligeiro sem parar.
Debaixo do pé da laranjeira
Há sempre alguém a esperar.
Violeiro tocando, estrela a brilhar
Violeiro em prece
Em prece ao luar.

Tal noite vazia espere a menina
Tão linda não, não vá.
Chorando levanta a menina
Correndo ligeiro sem parar.
Debaixo do pé da laranjeira
Há sempre alguém a esperar.


Se ainda no florescer da minha juventude gostei tanto destas músicas e de tantas incontáveis outras letras no mesmo estilo, que poesia lírica poderiam esperar de mim?
É inegável que meu poema, com o tempo, ficou repleto de luares e estrelas, manhãs e noites, enamoradas à luz de penumbra (acho "enamorada" uma imagem poética belíssima! - de uma carga lírica que faz já da palavra em si uma poesia), e hoje, vendo os outros poetas -inclusive da MPB -  abandonarem ou ao menos afastarem-se dos poemas com cenários compostos por astros, estrelas e paisagens, pressuponho que meus escritos sentimentais vão ter de trilhar outro caminho, muito embora já tehha muita coisa escrita (mas ainda não divulgada) dentro do estilo que me influenciou.  Em outras palavras, dentre meus  futuros poemas muitos ainda serão publicados com o mesmo aspecto que sempre caracterizou meu modo de escrever.   
Depois a minha criação será compelida a tomar outra feição, por conta de não mais existirem ruas descalças e moças de pés no chão, por conta da urbanização dos logradouros e da predominância da tecnologia, do espírito prático dos dias de hoje e de uma série de outros fatores que mudaram radicalmente o aspecto da poesia, tornando a  contemporânea muito diferente da que se compunha nas décadas passadas. 

FERNANDO HENRIQUE FOI PEÇA FUNDAMENTAL NA DERROTA DE AÉCIO

O homem, no quarto de hospital, suplica à esposa:
- Por favor... não... me deixa... morrer!
- Não, meu amor, - ela replica - você... você... não vai mor..rer, nããão...
- Então por que ... o quarto...arrg! tá cheio de gente?
- É que você é muito querido, meu amor...  O médico falou que você tá muito bem...
- E por que ele bateu do lado de fora da porta e perguntou: "Já foi?"
A mulher se embaraça um pouco e a seguir se recompõe:
- Nã-não, amor! Ele tava se referindo à revista que eu fiquei de comprar pra você.  Lembra, que eu falei pra ele na tua frente que ia dar uma saidinha  pra comprar uma revista de turismo pra você?
- É?... E...arrg! esse cara todo de preto que tá me medindo todinho?
- Ah, aamoooor!  Esse é o alfaiate, que vai fazer uma roupinha bonita prá tua alta?
- E esse padre com essa bíblia e esse crucifixo?
- Veio rezar pra você ficar bom rápido.
- É? Então por que minhas mãos tão roxas?
- É essa friagem danada,  meu amor !
- É?... Então como é que vocês tão todos suando?
Certas coisas é impossível esconder.  Não há como negar, dissimular, apagar da memória.
A anedota apenas ilustra o que foi o tiro de misericórdia que abateu Aécio, apesar da grande performance que o senador teve nestas eleições: a memória da gestão Fernando Henrique.
Não nego que nunca vi, em todos os meus anos de vida, uma campnha campanha tão sem ética  e sem decência, e tão lamentável como a da presidente nestas eleições.  O PT indignou os brasileiros de caráter e de bom senso com seus programas eleitorais e debates.  Foi a propaganda política  mais vegonhosa talvez de toda a história do Brasil.  Mas venceu.  Lamentavelmente.  
Não lamento contudo pelo PSDB, pois, para ser franco, votei nulo, porque não havia como apoiar a permanência do PT no poder após tantos e tantos casos de corrupção cercados de tanta leniência, somados à arrogância e à tendência autoritária revoltantes da chegfe do governo, além da presença constante de Lula em todos os  momentos nacionais.  Não, não votaria no PT nem com com um cano de espingarda apontado prá cabeça.  Mas também não votaria no PSDB.
Fernando Henrique pautou sua carreira política em ideais socialistas e, quando viu-se investido do cargo de Presidente da República, governou de um modo cruelmente tecnocrático,  implantou uma recessão desesperadora, inverteu todos os valores sociais, tentando passar à opinião pública a ideia de que era bonito desempregar e aviltar salários, e os atos do seu governo jogaram milhões de trabalhadores na rua da amargura.  A campanha de Dilma foi absolutamente condenável, mas o que mais assustou os eleitores com consciência social e política foi o fato de esta haver  refrescado insistentemente a memória do eleitorado, trazendo sempre à baila   a lembrança da  forma ultrarreacionária de governar do ex-mandatário, sem se esquecer de que este enviara ao Congresso um projeto crudelíssimo de reforma trabalhista, que pretendia suprimir vários direitos sem poupar férias e décimo terceiro salário.
Aécio não tinha saída: se rompesse com FH, o PSDB lhe daria as costas.  Uma vez questionado pela adversária com relação ao ex-presidente, tinha de defendê-lo e dizer-se honrado por tê-lo como apoiador.  Não foi só a falta de apoio de Minas e do Rio, aliada à projeção da adversária no Nordeste, que o derrotou:  foi a memória dos anos socialmente negros de Fernando Henrique Cardoso.
Não quero com isto dizer que o PT seja o partido dos trabalhadores:  longe disto, dever-se ia chamar PCOM, Partido dos Companheiros, ou então PC do PT, Partido dos Companheiros do Partido dos Trabalhadores, já que é uma força política que atua exclusivamente em prol de petistas e militantes, mantendo os salários baixos, a mão-de-obra desvalorizada, enquanto ilude as classes mais pobres com um bolsa-família que, apesar de ter sido muito bem digerido pela mídia, não passa de um assistencalismo barato, covarde e oportunista. Não é com esmolas que se eleva o padrão de uma sociedade, mas com empregos bem remunerados, com saúde pública de atendimento pleno, com escolas e universidades, com uma política habitacional digna do nome e uma segurança pública de verdade.   Em outras palavras, é com investimentos e com coragem e justiça que se ergue uma sociedade, não com discursos vazios e demagógicos.  Fosse o partido governista realmente voltado para as classes menos afortunadas, teria enfrentado os banqueiros e posto em prática a taxação das grandes fortunas, aumentado a carga tributária dos ricos e conferido aos aposentados salários dignos e uma vida de igual qualidade, ao invés de distribuir pão de graça e miserabilizar a classe média, que é, assim como os judeus para Hitler, o grande bode expiatório e o grande alvo dos ataques de seus governos.
Não, jamais voltaria (como fiz em 2002) a votar no partido de Lula, Dilma, Palocci, Genoíno, Dirceu e companhia, mas me é também impossível votar em Aécio Neves e seus alinhados, dentre os quais achamos sem dificuldade o DEM, que tem suas origens lá na famigerada e golpista UDN.  Além disto, se os governistas  fingem amar pobres e trabalhadores,  o PSDB e o DEM não conseguem esconder que os odeiam.  E foi justamente esse ódio insistentemente exibido triunfalmente pela presidente nos debates que feriu mortalmente o projeto pessedebista de investir o neto de Tancredo Neves na Presidência da República.



        
  

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

REGIÃO SUDESTE, PALCO DO INÍCIO DO APOCALIPSE

Não há mais chuvas no Sudeste.  Consequência do desmatamento e queimadas na Região Norte.  Tudo feito impunemente.   Madeireiros, traficantes de madeira, agricultores, latifundiários, todos fizeram da Mata Amazônica o que bem quiseram, bem diante (ou quase isto) do nariz das autoridades.  Todos sabemos que a impunidade é o combustível das maldades.   Animais mortos, homens famintos, ecossistemas devastados, aniquilados, destruídos.  Tudo o que a natureza levou milênios para construir transformado em poucos anos em escombros unicamente para a satisfação dos interesses de alguns elementos bestiais e absolutamente desinteressados pelo bem-estar comum.  Mas tudo, repito, ficou impune.
E agora? O Sudeste tem agora clima desértico.  Até quando? Por alguns anos? Para sempre? Podem os especialistas no assunto nos responder? Ou preferem calar? Temem anunciar o apocalipse?
Já que tanto se fala em economia, e as sequelas econômicas?  Q ue atividade econômica é possível numa região seca?  Os campos se tornarão desertos? O gado morrerá  de fome e sede? Os poucos animais selvagens também? As populações evitam regiões secas: haverá uma evasão maciça de pessoas do Sudeste?  Uma diáspora nacional, com migração em massa e sobrecarga populacional no Sul e no Centro-Oeste?  E estas ocupações se irão dar pacificamente, sem disputas,  sem rejeições e conflitos, sem escaramuças e violências fratricidas?
E a impunidade?  Fica a impunidade.  Os causadores de tamanho flagelo e de tão caótica situação estarão degustando seus uísques e se dando a seus inúmeros regalos, respeitados e adulados por políticos, autoridades e por populações inteiras.   
O Brasil é um sítio de poucos, uma propriedade privada de uma pequena quantidade de poderosos, que fazem e desfazem, mandam e desmandam, com poder de vida e morte sobre todos os outros.  Prejudicam dezenas de milhões de habitantes? Não importa. A terra é deles, coronéis de diversas feições, mas coronéis como aqueles do início do século passado, só que com tentáculos perniciosos mais longos e capazes de estragos bem maiores.  Não importa: o Brasil é deles. Que nos danemos! Que morramos de sede e fome ou tentemos talvez  debalde a sobrevivência em outras terras nacionais ainda a serem devastadas no futuro próximo.  É o início do fim, o prenúncio da incalculável e imensurável tragédia.  
Não tenho esperanças, diante da destruição irreversível, perante a impunidade de praxe, de cara com a irresponsabilidade constante, rodeado dos mais deploráveis  e incontáveis  vícios brasis.  É o início do fim: é triste, mas é o início do fim.  Os tempos apocalípticos, sem volta de nenhum messias para punir os culpados e poupar os inocentes: um juízo final injusto como o Brasil.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

VAMOS TER DE VOTAR NOS QUATRO

Ontem, 12/10/2014,  pela primeria vez (e talvez única) assisti à propagando eleitoral.  O que mais me impressionou foi a verdade que os candidatos, com seus semblantes e suas falas, me passaram.  Aqui no Rio, o Pezão  me pareceu um homem simples,  tímido,   bem-intencionado e de bondade infinita.  Mas o Crivella não ficou atrás.  Não sei como aquele verdadeiro santo, espécie de irmão Dulce de calças, ainda não foi à presidência da República.  Em nível nacional, também, os candidatos não me causaram impressão diferente.   Dilma referiu-se e dirigiu-se às crianças ao seu redor de maneira tão amorosa e afetuosa, que fiquei achando que a  Globo e, antes dela, a extinta  Manchete, erraram feio em não tê-la escolhido para trabalhar com os "baixinhos" no lugar da Xuxa, na segunda metade dos anos 1980.  Vi no Aécio um homem reto, ávido de trabalho e infinitamente preocupado em dar o melhor ao país e às classes trabalhadoras.
A sinceridade que vi não se limitou aos candidatos, mas também a todos os que apareceram em seus programas eleitorais e prestaram depoimentos.  Todos pareciam sinceros e tinham cara de gente boa.  
Assim, concluí que não se pode abrir mão de nenhum dos concorrentes:  é impraticável não votar no Pezão, no Crivella, na Dilma e no Aécio; pois os quatro são o que de melhor o Brasil, não,  mas o mundo inteiro tem em matéria de candidato.  
Meus parabéns aos atores principais,  coadjuvantes e seus diretores.  A dramaturgia brasileira está perdendo talentos dos quais nenhum produtor teatral ou de cinema



que se preze pode prescindir.

sábado, 27 de setembro de 2014

ARTE DE AMAR

A pele branca e a pele negra numa febre da volúpia mágica,
A pele negra e a pele branca encharcadas do suor do cio humano,
A pele branca e a pele negra numa amálgama divina,
A pele negra e pele branca semeando mulatice,
A pele branca e a pele negra num fervor angelical.
Gemidos brancos, ais tão negros, vozes unas e mestiças,
Um corpo só, uma alma única, um gozo na grandeza absoluta.
Salvai, ó Deus, a alta harmonia dessas peles que se roçam na transcendental arte de amar.

domingo, 14 de setembro de 2014

ACIMA DE QUALQUER ELEIÇÃO ESTÁ O INVULNERÁVEL ALGOZ PODER ECONÔMICO


texto com modificações

As alianças que sustentam os políticos concorrentes à Presidência da República deixam bem patente o quanto é difícil romper com o sistema.  Requereria posições radicais, comprometimento da governabilidade (não falo da governabilidade toma-lá-dá-cá, mas a governabilidade legítima, em que o Legilslativo aprecia as matérias do Executivo com isenção e lisura), da própria sobrevivência política do mandatário com sua equipe.  PT e PSDB  são irmãos gêmeos com projetos gêmeos, com diferenças apenas em pequenos retoques das respectivas maquiagens, têm a mesma matiz de descompromisso com ideologias e projetos sociais, apenas diferindo no ponto em que o partido governista tem um perfil mais populista, embora ambos deságuem no mesmo propósito, que é a manutenção dos privilégios das classes mais favorecidas e a intocabilidade de tais castas. Porque o PT governa com o respaldo e participação do PMDB, o partido mais adesista, fisiológico e interesseiro da história política do Brasil.  Isto sem contar os outros partidos aliados, com a mesma natureza e que também estão inteiramente equidistantes dos interesses das classes trabalhadoras e da sociedade.  
Em suma, toda a coligação que apoia o PT representa os interesses unicamente do capital. O PSDB, da mesma forma, traz consigo o DEM, que é oriundo do PFL, que é oriundo do PDS, que é oriundo da ARENA, que é oriunda da UDN, que tem no seu histórico a destruição do governo e da vida de Vargas ( justamente quando este governava democraticamente)  e o golpe militar ao governo de pendores socialistas de João Goulart. São grupos que caminham deixando um rastro de truculência contra atitudes verdadeiramente voltadas para a área social - defensores do capitalismo perverso que grassa no mundo inteiro e tanta miséria, fome e flagelos traz para a humanidade.  
Marina Silva, por sua vez, que tenta apresentar-se como terceira via, já admitiu compor com PSDB e DEM, e até tentar o apoio de Lula, caso seja eleita.  Francamente, querer o apoio de Lula não é pretender mudar o Brasil, mas unicamente desejar o lugar da Dilma. Fazer alianças com PSDB e DEM não é romper com a velha política (como tanto a postulante propala), mas aspirar a uma vaga de fantoche nas mãos daquela.    Esta disposição da candidata acreana, que até fala em reformar a CLT (o que põe em risco férias remuneradas e décimo terceiro salário),  deixa bastante visível o poder de fogo das fileiras bilionárias que sempre foram algozes dos menos favorecidos.  É impossível rebelar-se e romper com eles, daí a necessidade de manter alianças com os representantes de seus interesses na política.
Romper com forças de tal grandeza exigiria revolução, violência, derramamente de sangue, tragédias inumeráveis, e não acho de maneira nenhuma que tal caminho pudesse ser viável.  Porque implicaria em desgraças e dramas inomináveis,  o país se veria destruído e sucumbiria num pavoroso caos econômico, a desordem se disseminaria de forma incontrolável, e tudo isto aconteceria sem a garantia da vitória dos rebeldes e, ainda no caso de triunfo,  não haveria a certeza da sobrevivência de uma hipotética nova ordem, porque, historicamente falando, exemplos como a Revolução Francesa em 1789 - um marco na história do planeta, acabou por descambar em Napoleão, figura que representou a própria contrarrevolução - e a Revolução Russa de 1917 - que derrubou o czarismo tirânico e patrocinou um comunismo mal praticado e absolutamente totalitário, que por sua vez apropriou-se da sociedade e desaguou em Stalin, que era um carrasco autoritário e pavoroso - corroboram a minha tese da inviabilidade da partida para a violência e a convulsão social.  
Uma guerra fratricida no Brasil traria a reboque a intervenção de potências estrangeiras, de países afins e rivais, que fomentariam o conflito com o intuito apenas de auferir vantagens.  A implantação de um novo regime acarretaria a adesão de setores do antigo, que desviaria totalmente uma suposta revolução dos objetivos.  Por outro lado, os próprios revolucionários poder-se-iam mostrar exatamente iguais ou muito semelhantes aos derrotados.  Uma guerra interna não levaria a lugar nenhum, só à horripilante piora da situação. Oponho-me veementemente a uma tentativa de solução alicerçada na violência.  Não é possível obter mais que a mitigação do capitalismo: não me iludo.
Dentro deste contexto, entende-se por que, ganhe com ganhe, nada  atenuaria essa verdadeira ferocidade deste crudelíssimo sistema capitalista, que se dá o nome de neoliberalismo e que entretanto de neo nada tem em absoluto, mas que ao longo dos tempos vem sendo a grande endemia e flagelo econômico que assola o mundo e as camadas sociais mais indefesas.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O PT ENVERGONHA O SINDICALISMO NACIONAL

Nunca vi algo mais revoltante, mais porco, mais indigno, mais acintoso à sociedade do que esse conluio
PT-CUT-Sindicatos com vistas a desestabilizar a  candidatura Marina
Silva.  Vítima de um expediente absolutamente aético  ao final do
segundo turno da campanha presidencial de 1989, em que disputava com
Collor e viu MÍrian Cordeiro dizer horrores a seu respeito,  Lula
aprendeu que eleições são para serem ganhas a qualquer custo, de forma
lícita, ilícita, limpa ou suja, e agora trama junto com sua pupila
o uso dos mesmos meios para sua candidata ganhar mais
pontos nas pesquisas eleitorais deste ano.
O combinado é os sindicatos ligados ao partido realizarem
manifestações contra a concorrente do PSB
http://atarde.uol.com.br/politica/eleicoes/noticias/sindicatos-farao-atos-contra-marina-silva-1621223
      http://new.d24am.com/noticias/eleicoes-2014/sindicatos-aliados-ligados-farao-atos-contra-marina-silva/119612
   , com o fito de evitar que esta ascenda à presidência da República.
Nada contra os militantes empreenderem este tipo de procedimento, porque militantes são em geral sectários,  mas usar os sindicatos e a central sindical (e estes se deixarem usar) é
inegavelmente repulsivo e deplorável. Uma estrutura sindical não pode
e não deve se colocar a serviço de um governo, tenha este a matiz
ideológica que tiver, seja esta progressista ou conservadora,
sobretudo quando se trata da agremiação de Dilma-Lula, que vende uma
falsa imagem de socialista enquanto é extremamente benevolente com os
banqueiros e espreme salários no mesmo passo em que distribui esmolas
irresponsavelmente, através do Bolsa Família, que é um
assistencialismo ordinário que não prepara o cidadão para o mercado de
trabalho,  dotando-o apenas da ilusão de que ostenta um padrão de vida
 ao menos perto de razoável  e desviando-o da consciência de que
recebe uma esmola descompromissada (que não constitui um direito e por
isto pode ser retirada quando bem o governo entender), no mesmo tempo
em que não lhe proporciona direitos como a habitação, a segurança
pública, a saúde.  Se não é aceitável mesmo um governo verdadeiramente
progressista fazer uso de artifício tão inqualificáveis, imagine um governo
conservador e mentiroso como o do PT.
Triste mesmo é ver sindicatos se prestando a tal papel.  Como pode se
deixarem manipular de um modo tão mesquinho e despudorado?  Nem o
peleguismo do Estado Novo chegaria a tais raias. É o sindicalismo se
aviltando, envilecendo, se amesquinhando: o Brasil, sob a gestão do
PT ( que de trabalhista não tem absolutamente nada , só ostentando a
ajuda de sindicalistas ávidos de vantagens pessoais e que se prestam a
qualquer tipo de atitude para obtê-las ), transformou-se numa verdadeira fábrica de episódios de corrupção, e agora o partido governista gera a impressão de que
trabalhadores não são respeitáveis, de que sindicalismo é assim mesmo. Este tipo de procedimento é vergonhoso,
é deplorável e de jogar por terra qualquer esperança de um dia se
construir um país melhor.
O PT está ligado a incontáveis casos de práticas ilícitas,  é o que de pior aconteceu ao Brasil em matéria de governo, levou
o país a um nível de degradação moral jamais antes conhecido,  é um
achincalhe e um motivo de vergonha para todo o sindicalismo nacional.


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

TRISTE, AO LÉU

Os versos que me vêm co'a noite são tristonhos,
O rosto que no espelho vejo é macambúzio,
Os sons que vêm das ruas me parecem melancólicos.
De onde, Deus, me veio o gosto amargo das palavras?
Não te creio, Deus, nem amo ou te suplico
E por isto não me atiro em prantos nos teus braços:
Sigo a vida só catando as parcas forças do meu ser.
Mas pergunto: de onde veio esta tristeza que me corta,
Que me sangra e deixa rastros das feridas no caminho?
Em que esquina me perdi, me fiz sem rumo,
Nada mais que um ser errante, tão sem norte e direção?
Ser confuso, tão pequeno, tão perdido e tão ao léu.
Que esperança pode vir de um trecho inesperado
Desta estrada tão sombria e conturbada que percorro,
Qual levado por um vento que conduz somente ao nada?

sábado, 6 de setembro de 2014

Quando peço punições para quem pratica atos de sordidez e crueldade, não pretendo mudar o mundo nem a natureza humana, mas que os legisladores e autoridades cumpram o absolutamente inquestionável dever de conter e combater a perversidade e a torpeza onde estas se apresentem. 

Barão da Mata

terça-feira, 17 de junho de 2014

FRANCISCO DE ASSIS, ALBERT SCHWEITZER E O RESPEITO À VIDA

Toda forma de vida é respeitável e sagrada. Não sagrada na acepção mística da palavra.  Mas sagrada pela sua suma importância. Imaginar-se nos estertores da morte é um meio de se tentar aprender a respeitar a vida e o bem-estar alheio.  Albert Schweitzer (1875-1965) http://www.cobra.pages.nom.br/fc-schweitzer.html   http://www.saocamilo-sp.br/pdf/bioethikos/103/8.pdf  já dizia que, "quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes".   Francisco de Assis  http://pensador.uol.com.br/autor/sao_francisco_de_assis/biografia/, ainda no século XII, nutria um verdadeiro zelo e reverência ao direito de viver das criaturas; por isso vejo-o como talvez  o mais bondoso homem que o mundo já viu.  
Há seres que são repulsivos e até extremamente nocivos e que precisamos até eliminar  em defesa da própria saúde e integridade física, mas que não são culpados por serem o que são, pelo fato de natureza não lhes haver dado alternativa senão vir ao mundo como vieram, com as características e modo de ação que têm.  Não foi Deus que os criou como perniciosos, mas as  próprias condições naturais que  fazem  que nasçam como são e assumam no meio ambiente um papel destrutivo, sem que possuam a mínima consciência do mal que fazem, já que não têm condições de obter  princípios morais ou o menor  senso dos estragos que provocam.
O mais espantoso é o fato de o homem, provido de razão e de noções do que são boas e más práticas, ser o único ser que mata ou  inflige sofrimento a todos os outros seres, inclusive seres humanos,  quer por maldade, leviandade ou ganância.



sábado, 14 de junho de 2014

ELEIÇÕES, SIM, FESTA CÍVICA, NEM DE LONGE!

Tenho pena de nós, brasileiros. Temos Dilma encabeçando as pesquisas, prova irrefutável de que brasileiro gosta mesmo é de continuísmo, clientelismo, assistencialismo demagógico (política de pão), Copa do Mundo e Olimpíadas no território nacional (política de circo) – Roma implementou isto na era pré-cristã com muito sucesso. Não tenho de parabenizar nossos “queridos” gestores e políticos petistas por uma esperteza milenar. Não entendo como a atual presidente, apesar de todos os escândalos e casos de corrupção acontecidos em seu partido e ao redor do seu governo, ainda tem a eleição quase garantida.  Imagine mais quatro anos (ao menos) de governo Lula com uma mandatária títere sob sua égide.  
Talvez isto se dê porque Aécio Neves e o PSDB que este traz a reboque com os seus aliados do DEM não merecem a confiança da sociedade, porque foram peças-chave no processo de privatizações que praticamente privou o Brasil do patrimônio nacional – haja vista o caso da Vale do Rio Doce, que foi uma perda que representou a grande derrota que o país, tão preocupado com copas do mundo, realmente sofreu.
Por seu turno, Eduardo Campos é uma grande incógnita, porque, antes aliado de Lula e do PT, agora lança candidatura própria. A presença de Marina Silva na composição da chapa não chega exatamente a entusiasmar. Estou longe de ver nela um messias, um salvador, coisa do gênero. Ainda que fosse, o governo seria de Campos, e nunca vi nenhum vice gerindo coisíssima alguma senão na morte ou impedimento do presidente.  
No caso de Campos, temos ainda o agravante de este apresentar uma afinação tão perfeita no relacionamento pessoal com Aécio, que chego a ter a impressão de que Marina está sobrando na história.  A isto soma-se o fato de que o candidato mineiro já declarou textualmente que não consegue ver o outro como adversário, declaração só rebatida pela candidata a vice e depois endossada (talvez a contragosto) pelo político pernambucano.  Estarão juntos se houver segundo turno e, se Aécio vencer, que linha programática prevalecerá?  A do PSB ou do PSDB? É possível mesclar os programas? Francamente, não acredito.  Principalmente se considerarmos que o DEM irá participar da suposta aliança.
Em conclusão, o eleitorado tem para caminhar duas péssimas vias e uma terceira que representa o absolutamente incognoscível. Não há que se falar em festa cívica no ano de 2014, e, se analisarmos detidamente a questão, há pelo menos vinte e cinco anos eleições, no Brasil, não vêm merecendo esta denominação.

VIVÊNCIAS

Com mais de cinquenta de idade,
Vivi poemas tão belos,
Trilhei caminhos confusos,
Vivi tempestades intensas,
Senti emoções tão malditas.

Em minhas andanças na vida,
Senti tantos gostos dos dias:
Provei das dores mais fundas,
Lambi de alegrias festivas,
Morri, renasci tantas vezes.

Nos mais de cinquenta no mundo,
Fitei longamente as pessoas:
Me fiz tão  pobre de crenças.
Enchi-me de amor pelos bichos,
Me aflige o destino das matas.

Com tantos anos vividos,
Roído da ausência dos mortos,
Procuro por tantas respostas,
Ainda me vejo ignaro
Qual era nos tempos de infância.

2013

DIA DOS NAMORADOS


Dia dos Namorados: hoje então
Beijarei com a sanha dos sedentos
Amarei num fervor de ser selvagem,
Gozarei num sentir assim lunático
De o verbo não ter como revelar.

Me darei como nada mais houvera,
Co'a ternura dos entes sacrossantos,
Co'a doçura dos ventos mais suaves
E a leveza dos mais belos madrigais.

Me farei quixotesco, devotado
Como herói que se agarra a causa nobre,
Vou ser fogo, poesia, céu, pureza,
Vou viver neste dia só de amor.


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A VERDADE POR DETRÁS DA FLEXIBILIZAÇÃO DA CLT

Gosto muito da maneira como o William Waack conduz os seus debates e já falei sobre isto anteriormente, mas algum tempo atrás o jornalista, finalizando uma dessas reuniões de especialistas, comentou que a legislação trabalhista brasileira é "anacrônica" e isto é um motivo de o Brasil não receber a quantidade de investimentos estrangeiros que ele acharia desejável.   
Não posso retirar o elogio que fiz, da mesma forma como não tenho sequer o diretito de ficar decepcionado com o jornalista, até porque o âncora trabalha na área de jornalismo da Globo News e da Rede Globo e não poderia ter um discurso diferente.
O que mais me indigna é que há pelo menos sete anos os políticos, a mídia e os empresário daqui e do estrangeiro defendem o que chamam de "flexibilização" (e eu de estupro) da CLT, com supressão de férias remuneradas, décimo terceiro salário e outras conquistas obtidas na era Vargas, que, de inspiração fascista ou não,  foram de uma importância vital para as classes assalariadas.   O liberalismo econômico é de uma monstruosidade, uma bestialidade inqualificável.  Não vou chamá-lo de neo porque de novo não tem absolutamtnte nada: é o velho e perverso capitalismo que gerou a crise econômica de 1929 e que professa que as leis de mercado têm de ser o fator determinante nas relações de trabalho e na maneira de as cociedades se conduzirem, justamente porque vem atender aos interesses das elites, do poder econômico, que é dono do próprio Estado, que existe, aqui e no mundo inteiro,  primordialmente para satisfazer os caprichos e a demente ganância das classes dominantes.
A legislação trabalhista que William Waac e aqueles que este representa defendem é a mesma aplicada na China para os trabahadores coreanos, que trabalham dezesseis, dezoito horas diárias na indústria e ganham um salário tão diminuto que chega a ser aberrante, pois não supre nenhuma das necessidades de tais operários.  É a manifestação do quase arrependimento das altas camadas sociais pela abolição da escravatura, pois estas só libertaram seus escravos em decorrência da necessidade de estes receberem salários para consumir os artigos industriais produzidos pelas grandes corporações, além de os senhores terem enxergado que sairia mais barato pagar um parco salário a um homem livre do que comprar e gastar com a manutenção de uma "peça" (como se referiam aos negros) humana de labor. 
A mão-de-obra barata torna os preços das produções das fábricas irresistíveis, e o aspecto humano neste contexto não tem a menor importância.  Assim, o trabalho precisa ter custos ainda mais  insignificantes, para facilitar a vida dos magnatas em mercados extremamente competitivos e estar em harmonia com o dogma mais ferrenho do capitalismo, que é o lucro mais alto possível e acima de qualquer coisa deste mundo.
Cabe à nossa classe laborativa uma constante vigília sobre esta questão e exercer pressões sobre os políticos, para que proposta de tão grande hediondez, há muito aguardando votação no Congresso Nacional, jamais seja aprovada ou posta em prática no território brasileiro.


PARA ELES, ECOLOGIA É FRESCURA DE DESOCUPADO

Uma e quarenta e cinco da manhã e do apartamento onde moro, num prédio encravado no meio de um mundo de cimento, ferro e asfalto, ouço o canto agoniado de uma maritaca. É frequente eu ver e ouvir bandos dessas aves voando e soltando seus gritos desesperados por aqui. Sinto-me profundamente entristecido e odiento pelo fato de um animal silvestre tentar sobreviver num ambiente tão inóspito, por conta da invasão do seu habitat pelos humanos, graças à anuência irresponsável, perversa e sórdida dos gestores públicos, para os quais nada é relevante senão os votos que capitalizam em virtude de permitirem a favelização das serras e morros, as vantagens que auferem em consentirem a construção de condomínios e bairros em áreas inadequadas como matas, florestas, bosques. Fosse o Brasil um país sério, e essa  escória estaria respondendo por crimes ambientais em longa permanência nas cadeias.
Ouço e vejo micos, gambás e gaviões nos lugares mais impróprios, em meio a postes, fios de rede elétrica, muros de casas, telhados de apartamentos, árvores de zonas urbanas, à mercê das crueldades dos boçais perversos que não os respeitam e se lixam para o fato de que os bichinhos só estão tentando a sobrevivência nas áreas que lhes ficaram após terem visto suas casas roubadas, arrebatadas por invasores e especuladores imobiliários . Não tenho dúvida de que isto ocorre também em países estrangeiros, mas não podemos administrá-los, e o fato de o seu vizinho ser impunemente pedófilo não lhe dá o direito de copiá-lo. Não me conformo com tanta crueldade e tanto descaso com o meio ambiente.
As enchentes e secas, os calores insuportáveis que vêm ocorrendo sobretudo aqui no Rio são os frutos que colhemos por conta da maldade e calhordice desses elementos.
O Brasil é uma vergonha em matéria de política ambiental, um país que não não tem o menor respeito por seus habitantes, a natureza e a questão ecológica. Não dá aos seus cidadãos nenhum motivo de orgulho. Também pudera. O que se poderia esperar de um país onde o viaduto da Perimetral é derrubado, roubando dos cariocas doze pistas de acesso ao Centro da Cidade? Que expectativa podemos ter de uma nação que engana os carentes com bolsa-família ao invés de tentar minimizar de um modo sério e efetivo a questão da miséria?
Terra de muitas falácias e abundante e impune corrupção, como poderia se preocupar com assuntos como preservação da natureza? Nada aqui é importante além da locupletação dos políticos: ecologia, assim, é só uma preocupação e excentricidade de quem não tem nada para fazer. Pobres animais vitimados pela safadeza nacional.

sábado, 7 de junho de 2014

BRASIL, O PARAÍSO DOS CHAMPINHAS! ETA, IMPUNIDADE DANADA DE BOA!


Lembro-me vagamente do caso de um juiz de são Paulo que condenou um meliante sob a justificativa de que o bandido cometera um assassinato pelo prazer do exercício da maldade. Admirável o magistrado pela franqueza de sua sentença, num Brasil onde  membros de ONGs de direitos humanos e um bando de políticos e cidadãos hipócritas e demagogos querem atribuir às perversidades desequilíbrios emocionais decorrentes de maus tratos  na infância, adolescência, encarnação passada, etc... Vide o caso do Champinha, que com dois comparsas matou um rapaz, mutilou uma moça e a martirizou e estuprou por dias seguidos, até um dia resolver matá-la, tornando-se hoje uma espécie de vítima, agora a um passo da liberdade ou já desfrutando-a, após ter passado anos protegido por uma dessas organizações.
O que mais me estarrece, porém, não é só o caso Champinha, mas os inumeráveis champinhas mantidos dentro da legalidade que circulam por aí, felizes da vida, aqui no Brasil e no estrangeiro. Claro que nada podemos quanto aos perversos dos E.U.A., Inglaterra, Rússia, França e outros países, mas em relação aos que vivem aqui nas terras tupiniquins, bem que poderíamos tomar um monte de providências e isolá-los em cadeias de segurança máxima dentro da mais que merecida perpetuidade.  Não há prisão perpétua no Brasil?! que se mude a constituição, ora!  Esses caras vivem estuprando-a para atender aos seus interesses pessoasis!   Há violentos do trânsito, que são meliantes por excelência e  têm nas leves costas uma enfiada de atropelamentos e abalroamentos com mortes e outras tragédias, e andam soltinhos da vida por aí, por conta de corrupção policial ou de ausência de polícia e testemunha, além da legislação caridosa para atrocidades de trânsito.  Digo leves costas porque essa gente não sente remorso e tem ainda muita tragédia a produzir. E continua por aí, oferecendo perigo à sociedade.
Há os estupradores que jamais foram flagrados ou presos, ou ainda foram pegados em alguma de suas práticas criminosas habituais e contaram com a condescendência bondosa de alguma autoridade ímproba. Mas estão soltos, tomando cerveja nos finais de semanas e levando uma vidinha tranquila de uma alma no paraíso – alma no paraíso é viva? Não podemos esquecer os assassinos, que fazem suas estripulias na calada da noite ou diante de testemunhas coagidas e atemorizadas. Como a calada da noite não tem policiamento aqui nesta república de meu Deus, crime de morte geralmente  sai na urina, fica por isso mesmo e ponto final. E o criminoso, como sempre, continua levando a vida que pediu a Deus.
Em conclusão, o mundo está repleto, mas repleto mesmo de seres humanos bestiais, que exercem a crueldade por puro prazer, fazendo vítimas inocentes, como mulheres, idosos, crianças, animais, mais fracos, e, repito, no exterior não podemos tomar qualquer providência para minimizar o problema, ao contrário de dentro do país, onde teríamos condições de fazer muita coisa, de enfiar essa gente em merecidíssimas jaulas, mas a benevolência da legislação e das autoridades são um convite irrecusável ao crime, um incentivo sem precedentes à maldade. Porque nas terras da República-do-Cada-Um-Faz-O-Que-Quer não há policiamento, quando há policiamento, em muitos casos ocorre corrupção policial, as leis oferecem um leque de alternativas para tirar um demônio da cadeia, ninguém pode mofar na prisão, enquanto crianças indefesas, cidadãos de bem, mulheres e velhinhos ficam à mercê de bandidos de altíssima periculosidade com breve ou nenhuma passagem pela polícia. No caso dos velhinhos, especificamente, para alegria dos ilustres tecnocratas gestores da previdência social.
Os jornais, rádios e tevês todos os dias dão conta de lotes e lotes de crimes bárbaros de todos os tipos praticados aqui no território nacional, e nada é apurado a contento, nada é descoberto, tudo fica por isso mesmo. Investigar pra quê? Por que um aparelhamento adequado pra investigações? Olha os gastos públicos! Se a vítima for animal, então, qualquer verificação dos fatos é coisa de " babaca".
Os crimes no campo então, como a morte da Irmã Dorothy, dos fiscais do trabalho em Minas, as barbaridades ligadas à questão da terra e do tráfico de madeira, mostram que somos definitivamente uma verdadeira tragicomédia.
Assim é o Brasil, em todas as suas regiões territórios, sejam estes estados sob a jurisdição de quem quer que seja. Não temos a cultura de punir criminoso e investigar ou punir crimes. Deixa, ora! A gente é assim e fim, não é? Deixa os perversos se divertirem: cada uma tem seus gostos: eles têm os deles, que são práticas sádicas: o que tem de mais?
Não há motivo pra se falar em prevenção: segurança é um investimento infundado, sem nenhuma razão de ser. Fiscalizar o quê pra quê? Deixe tudo nas mãos de Deus! Seja brasileiro e pronto! Somos pentacampeões do mundo, afina!  Pra que segurança?Coisa mais besta!

Barão da Mata



quarta-feira, 30 de abril de 2014

A DESCRENÇA E ALGUNS FENÔMENOS SEM EXPLICAÇÃO

Em primeiro lugar, peço que não abandonem a leitura e atentem para as minhas ponderações. Em segundo, que não me apedrejem, assim como os povos do Oriente Médio apedrejavam (e alguns ainda apedrejam) as mulheres adúlteras. Não faço um exercício de irreverência ou sarcasmo, mas de reflexão.
A própria vastidão do cosmo descarta a possibilidade da existência de Deus,  porque nenhum ser ou entidade poderia ter o poder de saber e manejar tudo em tão imensurável amplidão. A inexistência de Deus, entretanto, não jogaria por terra qualquer possibilidade de haver vida após esta vida - do mesmo modo como a existência de uma coisa não traria necessariamente a reboque a de outra, porque um fator é independente do outro. O Universo é o caos, com explosões, choques de meteoros, buracos negros, etc, e nenhum deus ou espírito poderia ter controle sobre tamanha balbúrdia natural.
A história de Jesus é cercada de controvérsias. Em Mc, 3-20/21, vemos  que, quando o nazareno começou suas pregações, Maria, ao tomar conhecimento de tal atividade, teria dito:”Ele está fora de si.” Estranha afirmativa para quem teria sido fecundada pelo Espírito Santo para dar à luz seu filho e disso estaria ciente. Por outro lado, há alguma versão de que o messias não teria sequer existido.
Não se encham de revolta e indignação. Não é minha intenção blasfemar nem provocar ninguém, mas unicamente reproduzir questões narradas por outrem e nos levar a refletir. 
Tudo o que eu disse seriam indícios de que nada existe, se não aduzisse o que vem a seguir.
Precisamos analisar , contudo, uma série de fenômenos sem explicação de que tive relato ao longo de minha vida, dentre os quais apresento aqui alguns.
Começo pelas narrativas domésticas, mas não me limitarei a elas. Minha filha mais nova, quando ainda adolescente, contou-me que certa vez conheceu duas outras meninas que a levaram à casa onde moravam, entre conversas e conversas mostraram-lhe um álbum de fotografias onde minha menina identificou um senhor que dissera ter visto ao portão da residência. Foi admoestada pelas recentes amigas, que disseram-lhe para não brincar com certas coisas, porque o homem era pai daquelas e se matara mais de um ano antes.
Noutra ocasião, minha mesma filha, já adulta, ouviu de madrugada ruídos no andar do prédio onde morava, olhou pelo olho-mágico e avistou um ex-colega de escola. Não abriu a porta e não fez nenhum alarde porque imaginara que o rapaz estivesse envolvido com alguma vizinha. Calou-se por discrição. No dia seguinte, entrou no Orkut (naquele tempo ainda não havia Facebook) para dizer algum gracejo ao menino e, acessando a página deste, viu uma mensagem da sua mãe, de quase um ano, dando conta de sua morte.
Conheci uma moça que me contou que sofrera uma intervenção cirúrgica na qual esteve entre a vida e a morte. Disse ter-se visto deitada na cama de hospital, rodeada de médicos que lhe pediam que reagisse e cujas cabeças não conseguia ver, pois eram focos de luz.
Uma vez uma psicóloga americana, numa reportagem muito antiga, afirmou que nada têm de metafísico os fenômenos em que a pessoa se vê de fora do corpo, por ter ( a psicóloga) enxergado a si própria num período em que passava por alto estresse (que seria o motivo) em virtude de estar estudando ostensivamente no período de faculdade. Esqueceu-se a estudiosa de tentar explicar como se avistara do alto, sem espelho e com que olhos, se os seus estavam no próprio corpo que via. Enquanto negava a incidência da Metafísica no que ocorrera, acabou por admitir a consciência fora da matéria.
Vi uma engenheira dar entrevista mais de uma vez a programas de tevê acerca do assunto de que trato. Relata que sofreu um acidente de automóvel junto com um amigo. Viu-se do alto, em companhia dele, com quem, confusa, comentava o que estava acontecendo. Num dado momento, disse-lhe que voltaria, enquanto o homem afirmava que não retornaria. Quando a narradora voltou ao corpo, sentiu todas as dores do acidente e viu que o amigo morrera.
Vivi com uma mulher que tinha o que, segundo o ponto de vista dos espíritas, seriam dons mediúnicos. Era formada em Psicologia, e um dia tive um sonho meio estranho sobre o qual ia perguntar-lhe. Desisti no entanto, por achar irrelevante. Vindo do banheiro, porém, ela  me indagou: “Qual foi o sonho que você teve e o que ia me perguntar? “ Noutra feita, a mesma pessoa me perguntou se, na infância, não havia um coleguinha com quem eu brincava mais do que com os outros e se depois da adolescência tivera eu alguma notícia da pessoa. Respondi que não. Fui alertado para o fato de que poderia ter ele morrido. Não liguei nem acreditei. Uns dois anos depois encontrei um conhecido comum, perguntei-lhe sobre o amigo de infância e obtive a confirmação de que fora assassinado por traficantes, por ser irmão de um policial (também morto por bandidos).
Vi uma vez uma parapsicóloga, num programa de tevê, afirmar categoricamente que não há visão de espíritos, mas tão somente de reflexos ou resquícios das pessoas que viveram em certos lugares e são captados por pessoas com uma sensibilidade maior, e que os tais resquícios seriam assim como as imagens das tevês antigas, que sumiam segundos após serem desligados os aparelhos. Ou seja, a tevê está desligada e sem funcionar, como morta, e a imagem está ali por alguns segundos, mas não significa nenhum sinal de vida ou atividade pós-desligamento do aparelho. Perguntada, entretanto, sobre sua religião, a parapsicóloga se disse católica. Assim não há o menor cabimento: não crer numa continuação da consciência e acreditar em milagres feitos com um estalar de dedos, em santo disso e santo daquilo, que não há  espírito mas alma à espera de um julgamento de Deus para destinar-se ao Céu ou ao Inferno, tudo isto é viver um verdadeiro conto de fadas. Do meu ponto vista a especialista perdeu ali toda a autoridade para versar sobre a matéria, pois renegou a pesquisa e professou o simplismo.
Várias pessoas me contaram que tiveram predições. A História registra que o presidente Abraham Lincoln, dias antes de morrer, sonhara que havia um velório na Casa Branca e, perguntando a um funcionário “quem estava morto na Casa Branca”, recebera como resposta: “o presidente”.
Um episódio filmado e amplamente divulgado foi o momento em que Júlio Rasec, tecladista de “Os Mamonas Assassinas” fala de ter tido “um sonho esquisito, em que o avião caía”.
Haja o que houver, se algo houver realmente, nenhuma religião, filosofia, seita, tem condições de explicar. Não passa pelo Candomblé, pela Umbanda, Catolicismo, Protestantismo, Kardecismo, Budismo, etc... Muito menos pela Bíblia, porque o Livro nasce do embuste do rei Josias, como narrado por Will Durant em “História das Civilizações”.
As divergências entre a ciência e a religião são a mais visível e gritante manifestação da burrice humana, porque fincam pé na intransigência e nos radicalismos e não conjugam esforços para uma pesquisa profunda sobre o assunto. Porque ambas, ciência e religião, são sectárias e dogmáticas, e dogmas, doutrinas, sectarismos, tolhem, limitam, encolhem o pensamento humano.
Oportunamente, voltarei à questão aqui apresentada.

Barão da Mata

segunda-feira, 21 de abril de 2014

CLAUSURA


Hoje vou-me dar à mudez da noite mais quieta,
À solidão dos recantos mais desertos, distantes,
À melancolia das mais frias madrugadas.

Hoje me esconderei profundamente em meu umbigo,
Me alhearei completamente ao mundo à volta,
Como se nada jamais houvera além de mim e do desejo
De estar quieto, ouvindo as notas inauditas
Da inexistente canção trazida
Do fundo da noite tão calada.

JK, LACERDA, JANGO E A TEORIA DA NÃO-CONSPIRAÇÃO DO JÔ SOARES

Primeiro, para corroborar minha teoria sobre as mortes de Juscelino Kubitscheck, João Goulart e Carlos Lacerda, seria bom que entrassem nos links:



http://www.jb.com.br/pais/noticias/2014/03/06/comissao-de-sp-pede-que-dilma-reconheca-assassinato-de-jk/

http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013-12-29/comissao-nacional-da-verdade-investiga-nova-versao-sobre-morte-de-jango
http://www.istoe.com.br/reportagens/37854_MATARAM+LACERDA+

http://massote.pro.br/2009/03/a-morte-de-jango-juscelino-e-lacerda-fernando-massote/


http://www.tracaonline.com.br/resenha.php?id=151

Em geral, quando clico nos links que posto, não acontece nada: o Google está nos tolhendo de uma forma ostensiva e sistemática.  Mas vou torcer para que você tenha tido sorte. Do contrário, é só copiar e colar, e você entrará nos sites recomendados.

Como é sabido por uma sem-número de brasileiros, Juscelino, Jango e Lacerda, uniram-se após terem sido exilados e formaram a Frente Ampla com o fito de se opor ao regime militar, tendo os três morrido entre 1976 e 1977; Juscelino de um desastre automobilístico, Jango de problemas cardíacos e Lacerda também por morte natural.  A morte de JK está cercada de questionamentos que defendem ter resultado de um atentado.  Jango e Lacerda, segundo fontes afins, teriam sido vítimas de envenenamento.
Não acompanhei atentamente o noticiário na época, era ainda alienado nos meus dezoito e dezenove anos, mas, logo que me politizei, li sobre os fatos e achei tudo muitíssimo estranho, sobretudo pelo fato de os três líderes haverem morrido no espaço de tempo de um ano. Fiquei boquiaberto porém quando o Jô Soares, no final de 2013, entrevistou Rodrigo Lacerda, neto do político do mesmo sobrenome, e ambos negaram que o regime tivesse competência para promover as três mortes, por ser por demais trapalhão e inábil; que as ideias de conspiração eram pura fantasia.  
Preciso acabar com esta minha resistência a fazer terapia, procurar atendimento  psiquiátrico e  dar mais importância aos tratamentos psicoterápicos.  Porque descobri que sou completamente louco.  Tanto que, na minha esquizofrenia, lembro-me de ter lido que Golbery do Couto e Silva, o mais poderoso e importante articulador do regime,  era chamado "o bruxo" justamente por sua brilhante habilidade política e sua astúcia maquiavélica aliada a uma cultura singular.  Tenho lembranças alucinadas de ter lido que o general Newton Cerqueira e seus homens conseguiram achar o Carlos Lamarca no sertão da Bahia, numa região que nem o diabo encontraria.  Um delírio me deu conta de que os militares empreenderam um verdadeiro massacre no Araguaia, que todos os grupos guerrilheiros foram aniquilados em atuações impecáveis das forças armadas. Faffe, técnico em telefonia, segundo uma leitura ilusória que fiz, fazia escutas telefônicas para a ditadura e um dia foi eliminado com uma injeção letal.   Todos os movimentos armados foram desmontados e aniquilados pelos "incompetentes".  Eram tão burros, que presos políticos recebiam em suas celas jornais que noticiavam que haviam fugido, depois morriam e seus corpos sumiam. Indubitavelmente os milicos eram muito trapalhões e incompetentes, mas eu não gostaria nada de tê-los em minha cola.  Se eram assim tão bisonhos, deviam ter muita sorte, não é? Como aquele jogador que vai cruzar, e a bola pega um vento e acaba dentro do gol.
A única trapalhada que teriam cometido,  se os defensores da tese da tentativa de assassinato aos artistas e público estiverem certos, foi a do Riocentro.  Não posso provar nada, mas há vários indícios de que ali houve uma barbeiragem tremenda.  Agora, se prevalecer a conclusão do  IPM da época, o sargento e o capitão foram vítimas de um atentado. Nesta hipótese então o regime nunca terá feito uma lambuzada, e isto ajudaria a jogar por terra o que pensam o entrevistador e humoristia e o neto de Lacerda.  Humorista... humorista... Ah!  O jô devia estar brincando!

Barão da Mata