quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

PEQUENA CIDADE DE MINAS


A terra
fresca
e o seu cheiro bom de vida.
Suor
dos homens
e os anseios das mulheres.

As mãos 
de fêmea
salpicando a terra escura
de amor,
sementes
e de sonhos de futuro.

Os homens,
gozo
e a vida se plantando
em noites
calmas, 
nas entranhas das mulheres.

Manhã,
os sinos,
os fiéis e a ladainha.

O sol, 
a praça,
as crianças, brincadeiras.

A gente,
as vozes,
multidão que acende o dia.

Mocinhas 
belas
e seus sonhos tão românticos.

Ah, Deus!
Mas como é belo o dia!
Como é bela a rua, a gente
e esse verde exuberante
e tão vivo desses campos!
Como tudo é, Deus, tão belo!
Salve, Deus, Minas Gerais! 

2011

II

(APOCALIPSE DE MINAS)

Fiz um poema
com suor, com terra e Minas,
com igreja, praça e e povo,
mas os demônios 
devastaram chãos e gentes,
destruíram mata e bichos,
e viu-se Minas
convertida em pura lama,
soterrada em venenosos minerais.

Sei que os maus homens
Que contemplam sempre os ricos
lhes serão muito indulgentes,
mas não, meu Deus,
perdoeis jamais os torpes
nem tenhais misericórdia,
pois os infames
laceraram meu poema,
e um inferno nasceu, descomunal.

2016

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