quarta-feira, 30 de abril de 2014

A DESCRENÇA E ALGUNS FENÔMENOS SEM EXPLICAÇÃO

Em primeiro lugar, peço que não abandonem a leitura e atentem para as minhas ponderações. Em segundo, que não me apedrejem, assim como os povos do Oriente Médio apedrejavam (e alguns ainda apedrejam) as mulheres adúlteras. Não faço um exercício de irreverência ou sarcasmo, mas de reflexão.
A própria vastidão do cosmo descarta a possibilidade da existência de Deus,  porque nenhum ser ou entidade poderia ter o poder de saber e manejar tudo em tão imensurável amplidão. A inexistência de Deus, entretanto, não jogaria por terra qualquer possibilidade de haver vida após esta vida - do mesmo modo como a existência de uma coisa não traria necessariamente a reboque a de outra, porque um fator é independente do outro. O Universo é o caos, com explosões, choques de meteoros, buracos negros, etc, e nenhum deus ou espírito poderia ter controle sobre tamanha balbúrdia natural.
A história de Jesus é cercada de controvérsias. Em Mc, 3-20/21, vemos  que, quando o nazareno começou suas pregações, Maria, ao tomar conhecimento de tal atividade, teria dito:”Ele está fora de si.” Estranha afirmativa para quem teria sido fecundada pelo Espírito Santo para dar à luz seu filho e disso estaria ciente. Por outro lado, há alguma versão de que o messias não teria sequer existido.
Não se encham de revolta e indignação. Não é minha intenção blasfemar nem provocar ninguém, mas unicamente reproduzir questões narradas por outrem e nos levar a refletir. 
Tudo o que eu disse seriam indícios de que nada existe, se não aduzisse o que vem a seguir.
Precisamos analisar , contudo, uma série de fenômenos sem explicação de que tive relato ao longo de minha vida, dentre os quais apresento aqui alguns.
Começo pelas narrativas domésticas, mas não me limitarei a elas. Minha filha mais nova, quando ainda adolescente, contou-me que certa vez conheceu duas outras meninas que a levaram à casa onde moravam, entre conversas e conversas mostraram-lhe um álbum de fotografias onde minha menina identificou um senhor que dissera ter visto ao portão da residência. Foi admoestada pelas recentes amigas, que disseram-lhe para não brincar com certas coisas, porque o homem era pai daquelas e se matara mais de um ano antes.
Noutra ocasião, minha mesma filha, já adulta, ouviu de madrugada ruídos no andar do prédio onde morava, olhou pelo olho-mágico e avistou um ex-colega de escola. Não abriu a porta e não fez nenhum alarde porque imaginara que o rapaz estivesse envolvido com alguma vizinha. Calou-se por discrição. No dia seguinte, entrou no Orkut (naquele tempo ainda não havia Facebook) para dizer algum gracejo ao menino e, acessando a página deste, viu uma mensagem da sua mãe, de quase um ano, dando conta de sua morte.
Conheci uma moça que me contou que sofrera uma intervenção cirúrgica na qual esteve entre a vida e a morte. Disse ter-se visto deitada na cama de hospital, rodeada de médicos que lhe pediam que reagisse e cujas cabeças não conseguia ver, pois eram focos de luz.
Uma vez uma psicóloga americana, numa reportagem muito antiga, afirmou que nada têm de metafísico os fenômenos em que a pessoa se vê de fora do corpo, por ter ( a psicóloga) enxergado a si própria num período em que passava por alto estresse (que seria o motivo) em virtude de estar estudando ostensivamente no período de faculdade. Esqueceu-se a estudiosa de tentar explicar como se avistara do alto, sem espelho e com que olhos, se os seus estavam no próprio corpo que via. Enquanto negava a incidência da Metafísica no que ocorrera, acabou por admitir a consciência fora da matéria.
Vi uma engenheira dar entrevista mais de uma vez a programas de tevê acerca do assunto de que trato. Relata que sofreu um acidente de automóvel junto com um amigo. Viu-se do alto, em companhia dele, com quem, confusa, comentava o que estava acontecendo. Num dado momento, disse-lhe que voltaria, enquanto o homem afirmava que não retornaria. Quando a narradora voltou ao corpo, sentiu todas as dores do acidente e viu que o amigo morrera.
Vivi com uma mulher que tinha o que, segundo o ponto de vista dos espíritas, seriam dons mediúnicos. Era formada em Psicologia, e um dia tive um sonho meio estranho sobre o qual ia perguntar-lhe. Desisti no entanto, por achar irrelevante. Vindo do banheiro, porém, ela  me indagou: “Qual foi o sonho que você teve e o que ia me perguntar? “ Noutra feita, a mesma pessoa me perguntou se, na infância, não havia um coleguinha com quem eu brincava mais do que com os outros e se depois da adolescência tivera eu alguma notícia da pessoa. Respondi que não. Fui alertado para o fato de que poderia ter ele morrido. Não liguei nem acreditei. Uns dois anos depois encontrei um conhecido comum, perguntei-lhe sobre o amigo de infância e obtive a confirmação de que fora assassinado por traficantes, por ser irmão de um policial (também morto por bandidos).
Vi uma vez uma parapsicóloga, num programa de tevê, afirmar categoricamente que não há visão de espíritos, mas tão somente de reflexos ou resquícios das pessoas que viveram em certos lugares e são captados por pessoas com uma sensibilidade maior, e que os tais resquícios seriam assim como as imagens das tevês antigas, que sumiam segundos após serem desligados os aparelhos. Ou seja, a tevê está desligada e sem funcionar, como morta, e a imagem está ali por alguns segundos, mas não significa nenhum sinal de vida ou atividade pós-desligamento do aparelho. Perguntada, entretanto, sobre sua religião, a parapsicóloga se disse católica. Assim não há o menor cabimento: não crer numa continuação da consciência e acreditar em milagres feitos com um estalar de dedos, em santo disso e santo daquilo, que não há  espírito mas alma à espera de um julgamento de Deus para destinar-se ao Céu ou ao Inferno, tudo isto é viver um verdadeiro conto de fadas. Do meu ponto vista a especialista perdeu ali toda a autoridade para versar sobre a matéria, pois renegou a pesquisa e professou o simplismo.
Várias pessoas me contaram que tiveram predições. A História registra que o presidente Abraham Lincoln, dias antes de morrer, sonhara que havia um velório na Casa Branca e, perguntando a um funcionário “quem estava morto na Casa Branca”, recebera como resposta: “o presidente”.
Um episódio filmado e amplamente divulgado foi o momento em que Júlio Rasec, tecladista de “Os Mamonas Assassinas” fala de ter tido “um sonho esquisito, em que o avião caía”.
Haja o que houver, se algo houver realmente, nenhuma religião, filosofia, seita, tem condições de explicar. Não passa pelo Candomblé, pela Umbanda, Catolicismo, Protestantismo, Kardecismo, Budismo, etc... Muito menos pela Bíblia, porque o Livro nasce do embuste do rei Josias, como narrado por Will Durant em “História das Civilizações”.
As divergências entre a ciência e a religião são a mais visível e gritante manifestação da burrice humana, porque fincam pé na intransigência e nos radicalismos e não conjugam esforços para uma pesquisa profunda sobre o assunto. Porque ambas, ciência e religião, são sectárias e dogmáticas, e dogmas, doutrinas, sectarismos, tolhem, limitam, encolhem o pensamento humano.
Oportunamente, voltarei à questão aqui apresentada.

Barão da Mata

segunda-feira, 21 de abril de 2014

CLAUSURA


Hoje vou-me dar à mudez da noite mais quieta,
À solidão dos recantos mais desertos, distantes,
À melancolia das mais frias madrugadas.

Hoje me esconderei profundamente em meu umbigo,
Me alhearei completamente ao mundo à volta,
Como se nada jamais houvera além de mim e do desejo
De estar quieto, ouvindo as notas inauditas
Da inexistente canção trazida
Do fundo da noite tão calada.

JK, LACERDA, JANGO E A TEORIA DA NÃO-CONSPIRAÇÃO DO JÔ SOARES

Primeiro, para corroborar minha teoria sobre as mortes de Juscelino Kubitscheck, João Goulart e Carlos Lacerda, seria bom que entrassem nos links:



http://www.jb.com.br/pais/noticias/2014/03/06/comissao-de-sp-pede-que-dilma-reconheca-assassinato-de-jk/

http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013-12-29/comissao-nacional-da-verdade-investiga-nova-versao-sobre-morte-de-jango
http://www.istoe.com.br/reportagens/37854_MATARAM+LACERDA+

http://massote.pro.br/2009/03/a-morte-de-jango-juscelino-e-lacerda-fernando-massote/


http://www.tracaonline.com.br/resenha.php?id=151

Em geral, quando clico nos links que posto, não acontece nada: o Google está nos tolhendo de uma forma ostensiva e sistemática.  Mas vou torcer para que você tenha tido sorte. Do contrário, é só copiar e colar, e você entrará nos sites recomendados.

Como é sabido por uma sem-número de brasileiros, Juscelino, Jango e Lacerda, uniram-se após terem sido exilados e formaram a Frente Ampla com o fito de se opor ao regime militar, tendo os três morrido entre 1976 e 1977; Juscelino de um desastre automobilístico, Jango de problemas cardíacos e Lacerda também por morte natural.  A morte de JK está cercada de questionamentos que defendem ter resultado de um atentado.  Jango e Lacerda, segundo fontes afins, teriam sido vítimas de envenenamento.
Não acompanhei atentamente o noticiário na época, era ainda alienado nos meus dezoito e dezenove anos, mas, logo que me politizei, li sobre os fatos e achei tudo muitíssimo estranho, sobretudo pelo fato de os três líderes haverem morrido no espaço de tempo de um ano. Fiquei boquiaberto porém quando o Jô Soares, no final de 2013, entrevistou Rodrigo Lacerda, neto do político do mesmo sobrenome, e ambos negaram que o regime tivesse competência para promover as três mortes, por ser por demais trapalhão e inábil; que as ideias de conspiração eram pura fantasia.  
Preciso acabar com esta minha resistência a fazer terapia, procurar atendimento  psiquiátrico e  dar mais importância aos tratamentos psicoterápicos.  Porque descobri que sou completamente louco.  Tanto que, na minha esquizofrenia, lembro-me de ter lido que Golbery do Couto e Silva, o mais poderoso e importante articulador do regime,  era chamado "o bruxo" justamente por sua brilhante habilidade política e sua astúcia maquiavélica aliada a uma cultura singular.  Tenho lembranças alucinadas de ter lido que o general Newton Cerqueira e seus homens conseguiram achar o Carlos Lamarca no sertão da Bahia, numa região que nem o diabo encontraria.  Um delírio me deu conta de que os militares empreenderam um verdadeiro massacre no Araguaia, que todos os grupos guerrilheiros foram aniquilados em atuações impecáveis das forças armadas. Faffe, técnico em telefonia, segundo uma leitura ilusória que fiz, fazia escutas telefônicas para a ditadura e um dia foi eliminado com uma injeção letal.   Todos os movimentos armados foram desmontados e aniquilados pelos "incompetentes".  Eram tão burros, que presos políticos recebiam em suas celas jornais que noticiavam que haviam fugido, depois morriam e seus corpos sumiam. Indubitavelmente os milicos eram muito trapalhões e incompetentes, mas eu não gostaria nada de tê-los em minha cola.  Se eram assim tão bisonhos, deviam ter muita sorte, não é? Como aquele jogador que vai cruzar, e a bola pega um vento e acaba dentro do gol.
A única trapalhada que teriam cometido,  se os defensores da tese da tentativa de assassinato aos artistas e público estiverem certos, foi a do Riocentro.  Não posso provar nada, mas há vários indícios de que ali houve uma barbeiragem tremenda.  Agora, se prevalecer a conclusão do  IPM da época, o sargento e o capitão foram vítimas de um atentado. Nesta hipótese então o regime nunca terá feito uma lambuzada, e isto ajudaria a jogar por terra o que pensam o entrevistador e humoristia e o neto de Lacerda.  Humorista... humorista... Ah!  O jô devia estar brincando!

Barão da Mata