sábado, 1 de agosto de 2015

SE DILMA NÃO SOFRER "IMPEACHMENT", PREPAREM-SE: VAI DAR GOLPE! VAMOS SER OUTRA VENEZUELA






Sempre ouvi dizer (concordando plenamente) que o passado, quando esquecido, tende a se repetir.  As sociedades não podem viver sem memória histórica, ou seja: haver nascido após o fim de determinado processo político não desobriga nenhuma população de conhecê-lo, justamente para evitar que  este ressurja.
Nasci em 1958, tinha portanto 6 anos em 1964, mas a pesquisa me fez deduzir que o ensaio pré-golpista do governo Dilma, por assemelhar-se ao daqueles idos, é bastante sintomático.  
Ninguém pode dar um golpe sem respaldo de alguns setores, e os militares e o poder econômico fizeram maciças campanhas na mídia, respaldaram-se no Congresso, na Justiça e em líderes políticos de grande projeção, como Carlos Lacerda, governador do antigo Estado da Guanabara, atual Rio de Janeiro, Magalhães Pinto, governador de Minas, que conduziu tropas até o Rio.  Foi assim criada a grande atmosfera que permitiu a derrubada do então presidente João Goulart: os militares tinham o apoio da mídia, que formou a opinião da população, o da maioria dos congressistas, além do silêncio do Judiciário, que percebeu bem que uma batida de martelo tem bem menos força do que um tiro de canhão.  Foi  justamente um ano depois que nasceu a TV GLOBO. As Organizações só contavam antes com o jornal O GLOBO e a emissora de rádio do mesmo nome e suas afiliadas, entidades já antes alinhadas aos golpistas. A concessão foi um presentaço de Papai Noel dado pela regime.
Neste momento Dilma se respalda no STF, onde ostenta folgada e confortável maioria.  Conta com uma base aliada e um Congresso que, embora hoje rebeldes, são muito sensíveis a agrados e "mimos", como verbas, cargos e coisas  do gênero.   Sabendo disto, já tem ela trabalhado no sentido de conter as insatisfações dos políticos.  Não será difícil obter o apoio da maioria.  Assim, o PMDB (principalmente) pretende mantê-la onde está até o final do mandato, justamente pelas benesses que já recebe e ainda receberá.  Quanto à mídia, o Jô Soares, excelente garoto de recados dos Marinho, foi ao Palácio da Alvorada e deu um programa inteirinho à presidente e à sua defesa, com o fito de resgatar-lhe a aprovação, hoje em minguados 7%.  Depois a mandatária esteve no programa da Ana Maria Braga (Não vi. Será que fritou batatas?).   Não demora e vai estar no Faustão e ainda vai ser comentarista dos jogos de futebol da emissora.  Hoje, quando a Cristiana Lobo se refere a ela, só falta falar "coitadinha" e ainda age como porta-voz do Planalto.  A dúvida que a empresa da política nada versada deixa é: conseguirá com o amparo da Globo recuperar a simpatia popular?  Não sei, mas, se não, eu respondo com uma máxima irônica do falecido mestre Millôr Fernandes: "Opinião pública é aquela que se publica." Precisa mais? Não é necessário sustentação popular: Nicolás Maduro não tem e continua governando com poderes absolutos.
Vou até contar uma "pérola" sobre o ditador venezuelano.  Como este tem sido sempre alvo de protestos e manifestações, baixou uma resolucão que permite às suas forças armadas e polícias atirar em manifestantes para matar: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/206122-venezuela-autoriza-atirar-contra-protesto.shtml .  http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/maduro-decide-mandar-bala-em-manifestantes-nossas-esquerdas-aplaudem/ .  Entendem agora onde fica a opinião pública?  Em outras palavras, as coisas podem acontecer, e a imprensa não publicar ou maquiar.  
O que não é difícil, se a Globo tentou fraudar as eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1982, tentando colocar Moreira Franco no Palácio Guanabara e evitar a posse de Leonel Brizola.  A afinação global com as ditaduras sempre foi tão íntima, que uma vez, procurado por uma autoridade militar que queixava-se de o jornal O GLOBO ter comunistas, o imperador Roberto Marinho respondeu-lhe: "O senhor cuida dos seus comunistas, e eu cuido dos meus."
Dentro deste contexto, entretanto, os que respaldam Dilma não vislumbram ainda outros riscos: ela pode mais tarde fechar o Congresso, fazer valer a lei de regulação da mídia que prometeu em sua campanha de 2014, assim como Ernesto Geisel fechou o parlamento e impôs a Reforma do Judiciário.  Assim V. Excia. calaria as oposições, os veículos de comunicação e ainda de sobejo poderia  limitar em muito a liberdade de ação e movimento do Judiciário.
Há porém uma diferença dos dias de hoje em relação aos tempos da ditadura.  Naquele tempo o cérebro do regime era o Golbery do Couto e Silva, general de maldade, cultura, brilho e talento político inquestionável, conhecido nas esferas políticas como "o bruxo", pela sua capacidade de articulação e maquiavelismo; e os presidentes militares não cometiam erros políticos crassos que Dilma comete por ser absolutamente despreparada para o exercício da chamada  "arte"  da política.  E ainda pra piorar vamos ter por detrás da cena, no lugar do Golbery, o Lula?!  Acho que o regime de exceção que se desenha no horizonte  será muito pior do que o de 1964 a 1984.  Imagine um golbery analfabeto com a batuta na mão?
A possibilidade de golpe é, a meu ver, um plano B que o PT já tem na manga  há muito tempo, porque , ainda em 2013, uma vez conversei com um jornalista petista, e este, além me ter dado um banho de conhecimentos, pelo tom  autoritário com que falou, me fez sentir que o partido fica no poder para sempre, custe o que custar a quem quer que seja.

Barão da Mata